Café tailandês e indonésio: o que aprendemos na nossa viagem para a Ásia

Café tailandês e indonésio: o que aprendemos na nossa viagem para a Ásia

Em janeiro, a Argenta Cafés foi para o outro lado do mundo para visitar a Ásia e conhecer o café tailandês e indonésio. Estivemos em diversos coffee shops e passamos por áreas urbanas e rurais para entender suas especificidades e características únicas. Confira o que aprendemos por lá:

O café tailandês e suas variações

Com um mercado de café considerado jovem, a Tailândia possui um método de processamento de café chamado de “honey process", no qual o café fresco é despolpado, mas deixado secar sem lavar. Isso possibilita a economia de água.

Por lá, dois tipos de café são cultivados: arábica e robusta. O primeiro tipo é específico do norte do país, oferecendo suporte para a economia das comunidades rurais e auxiliando na preservação da floresta.


Se você acompanha nossas redes sociais, viu que passamos pela província de Chiang Mai, que, assim como Chiang Rai e Mae Hong Son, é propícia para o cultivo do café tailandês. Isso se deve ao fato de que essas regiões se encontram em áreas com climas mais frios, além de possuírem um solo escuro, rico em nutrientes. Já o café robusta cresce no sul do país, e afeta as terras onde é cultivado.



Em Chiang Mai pudemos conhecer a comunidade Pagazkaenyau Maekalnglung, que planta café orgânico a 1.300 metros de altitude, em meio a outras plantas, como a bananeira. Uma curiosidade interessante é que esses vilarejos também são conhecidos pelas cervejas ricas e aromáticas.

Os tailandeses são muito sorridentes e atenciosos, e impulsionam a produção de 3.800 toneladas de café 100% arábica na localidade. Uma dedicação que, com certeza, reflete no sabor e na qualidade do café tailandês.


Chiang Mai também concentra muitos specialty coffee shops, e reside campeonatos. A cidade é rica em história, cultura e culinária.

Entre os coffee shops destacamos o Akha Ama e o Ristr8to Lab. O primeiro é pequeno e usa café local, sustentável. A experiência é extremamente única, um café tailandês de origem. Já o segundo é mais uma experiência completa, o menu é dissecado e os funcionários dominam tudo que você possa querer perguntar.


Café tailandês servido na nossa degustação


Lá servem um dos melhores latte art que já vimos, e foi também de onde saiu o campeão mundial de latte art de 2017 

O café indonésio e seus desafios

O quarto país mais populoso do mundo é o terceiro local, depois da Etiópia e do Iêmen, onde houve cultivo e exportação em grandes quantidades de café. A Indonésia é o quarto maior produtor e exportador de café; produz cerca de 10 milhões de sacas de 60 kg ao ano e exporta em torno de 6 milhões.

É interessante apontar que a Indonésia é composta de mais de 17 mil ilhas, sendo que cerca de 900 são permanentemente habitadas. Por isso, transportar café e outras mercadorias pelo país não é uma tarefa muito fácil. Essa também é a razão pela qual muitos cafés optam por torrar seus próprios grãos, já que quando torrado fica mais vulnerável ao transporte.

Os torrefadores locais aperfeiçoam o processo de torrefação e são experts no assunto. Do lado do cliente, o café sempre pode ser saboreado fresco. Devido ao fato de que a origem do café indonésio também é de pequenos agricultores (cerca de 90%), que trabalham com um terreno menor a 1 hectare, o café possui uma qualidade oscilante.

A maioria dos agricultores opta por vender diretamente as bagas de café a coletores que cuidam do processo e depois vendem o grão aos exportadores. Outros fazem um processo doméstico manual, mas não possuem equipamentos suficientes para lidar com um volume maior. Isso influencia na produtividade, assim como os fatores climáticos - ventos e chuvas extremos. O rendimento médio anual é de cerca de 570 kg por hectare, estagnado desde 2005 e inferior ao Vietnã que atualmente produz até 2.400kg na mesma área.

O consumo interno do café cresce no país com a ascensão da classe média. Assim, avistamos diversas cafeterias que oferecem principalmente café arábica.



Não podemos deixar de falar do café Kopi Luwak, ou café Civeta, produzido com grãos de café extraídos das fezes do Luwak (Civeta). Para comercializá-lo em grande quantidade, muitos animais foram e continuam sendo explorados, presos em jaulas. Visitamos para conhecê-los em um local wild free, que busca uma relação mais respeitosa com os animais, permitindo que fiquem soltos pela plantação na maior parte do tempo.


Cafés da Indonésia, que serão servidos na nossa degustação

E aí, ficou curioso sobre o sabor dessas delícias? Então participe da nossa degustação guiada no último sábado de janeiro (29). Será acompanhada de finger foods e sai por R$95 por pessoa (+ taxa do Sympla) ou R$160 por dupla se você mandar um inbox para nós no instagram.

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